A vida de São João Maria Vianney
Salve Maria, estamos no mês de Agosto, o qual é
dedicado às vocações, e por isso postaremos aqui textos de santos que se
santificaram vivendo a sua vocação especifica, seja ela o Sacerdócio, o
Matrimônio, a Vida Religiosa ou como Leigos. O nosso objetivo é mostrar que
todos somos chamados a santidade e que é possível alcança-la seja qual for a
nossa vocação, para ajudar a cada um que a esses textos tiver acesso a perceber
que todos são chamados e podem alcançar a santidade e não apenas os Sacerdotes
e Religiosos. Iniciando a nossa série, começamos com a história de São João
Maria Vianney, padroeiro dos Sacerdotes, cuja vida muito inspira a todos nós.
São João Maria Batista Vianney, era de origem pobre e
humilde, foi o quarto filho de Mateus e Maria Vianney. Nasceu pouco antes de
irromper a Revolução Francesa em 08 de Maio de 1786 em uma pequena aldeia,
Dardilly, que fica perto de Limonest, a dez quilômetros ao norte de Lyon, na
França. Foi batizado no mesmo dia em que nasceu. No batismo recebeu o nome de
João, ao qual acrescentou o de Maria por especial devoção à Maria Santíssima.
Muitas vezes era encontrado num canto da casa, jardim
ou no estábulo, rezando, de joelhos o Santo Rosário. Os pais, principalmente a
piedosa mãe, Maria, cultivavam no filho esse espírito de religião e de piedade,
que o levou a crescer na fé e ser devoto de Maria Santíssima. Desde pequeno
queria ser padre a todo custo, mas esbarrou em dois obstáculos: pobreza e
sobretudo a escassa inteligência.
Em 1813, com vinte anos, ele ingressou no seminário
Santo Irineu, em Lyon. Todos os cursos que devia fazer eram dados em latim. O
problema surgiu de imediato, João Maria não entendia nada, e nas provas do
primeiro mês tirou notas baixas, que o desclassificaram. Insiste em entrar na
Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, mas não é admitido pelas mesmas
razões. Por causa disto, ele foi mandado de volta para Ecully, para estudar Teologia
com seu amigo, Padre Balley, o qual ensinou o jovem Vianney a língua Francesa,
e no final do curso ele fez as provas em Francês, e foi aprovado, sendo assim
readmitido no Seminário.
Sua ordenação diaconal ocorreu no dia 02 de Julho de
1814. João Maria continuou seus estudos com o Padre Balley. Após a batalha de
Waterloo, quando os austríacos invadiram a região, João Maria foi a pé por
falta de transporte, para Grenoble, onde no dia 13 de Agosto de 1815 foi
ordenado Padre aos 29 anos de idade. No dia seguinte celebrou sua primeira
Missa.
O Padre Vianney possuía uma simplicidade natural e
uma autêntica humildade, irradiava dele algo superior à inteligência, uma forma
mais elevada de ver as coisas, que se manifestava nos conselhos que dava e no
modo que ele conversava com as pessoas escutando seus problemas e aconselhando algo
que poderia ser a solução ou trazia grande conforto aos que o procuravam.
O Arcebispo de Lyon, Arquidiocese sede da Diocese de
Ecully, sabendo dessa diferença pediu ao Vigário Geral Courbon, para informar
ao Padre Vianney, que ele seria transferido para a paróquia da Aldeia de Ars em
Dombes, que possuia nada mais que 200 a 300 habitantes, no dia 9 de fevereiro
de 1818, uma sexta-feira, João Maria Batista Vianney chegou em Ars, para cuidar
de uma capela que estava quase abandonada. Ao chegar à cidadezinha ficou meio
confuso, porque a neblina cobria as casas. O entendimento foi difícil pois o
menino, Antonio Givre, não sabia Francês e o dialeto de Ars era bem diferente
de Ecully. Então perguntou ao garoto: “Menino, onde está Ars?” O menino apontou
com o dedo dizendo-lhe: “É ali mesmo”. E João Maria Vianney disse ao menino:
“Você me ensinou o caminho de Ars, e eu lhe ensinarei o caminho do céu”. O
Padre entrou no povoado levando muitos sonhos e esperanças.
João Maria Batista Vianney era simples, por isso,
quando chegou na paróquia de Ars, devolveu alguns móveis à proprietária,
deixando somente o necessário. A sua alimentação era muito simples, apenas
algumas batatas cozidas. Nem imaginava quanto iria sofrer ali dentro. Ars era
pequena no tamanho, mas enorme quanto aos problemas: muitas casas de jogatina,
de prostituição, de vícios, cidade paganizada. A capela estava sempre vazia.
Diante da situação que encontrou o povoado o Padre Vianney se pôs a rezar,
fazer jejuns e penitência. Visitava as famílias e as convidava para a Santa
Missa. Ars começou a transformar-se.
A partir dessas primeiras atitudes do Cura D’Ars, alguns
começaram a ir à capela que começou a se encher. Então o pároco fundou a
Confraria do Rosário para as mulheres, e a Irmandade do Santíssimo Sacramento
para os homens. Diante disso, os donos dos bares e organizadores de jogatinas
começaram dura perseguição contra o Padre Vianney, o qual permaneceu fiel a
missão que abraçara sem se intimidar pelas perseguições. Ars Virou santuário
com peregrinações. Pessoas cultas de outras cidade iam ouvir as homilias do
Cura d’Ars. Quando algum padre lhe perguntava qual o segredo de tudo aquilo, o
Padre Vianney lhe respondia: “Você já passou alguma noite em oração? Já fez
algum dia de jejum?”. O Cura D’Ars dedicou toda a sua vida a Deus, repousava de
02 a 04 horas no máximo por noite e ao acordar ia para a Igreja, onde rezava
diante do Sacrário e depois ia para o confessionário, onde passou a maior parte
de sua vida, chegava a ficar 14 horas por dia confessando seus paroquianos.
O Cura d’Ars acreditava no poder da oração e do jejum
e na resposta do bom Deus. Ele tinha em sua mente a exortação de São Paulo
Apostolo: “Orai sem cessar” (1 Ts 5, 17). Não era orador, não falava com
eloquência, nas homilias perdia o fio da meada, atrapalhava-se, outras vezes
não sabia como acabá-las cortava a frase e descia do púlpito acabrunhado. No
confessionário, porém, estava sua maior atuação pelo mistério da Providência
Divina. No aconselhamento das pessoas falava do bom Deus de forma tão amorosa
que todos saiam reconfortados. Não sabia usar palavras bonitas, ideias geniais,
buscava termos do quotidiano das pessoas.
No confessionário viveu intensamente seu apostolado,
todo entregue às almas, devorado pela missão, sendo fiel à vocação que
abraçara. Sua fama como confessor emergiu e transbordou dos estreitos limites
Ars para aldeias e cidades vizinhas. Os peregrinos que desejavam confessar-se
com ele começaram a chegar. Nos últimos tempos de vida eram mais de 200 por
dia, mais de 80.000 por ano. Há relatos, trazidos por Francis Trochu em sua
obra O Santo Cura D’Ars, considerada
a melhor biografia sobre São João Maria Vianney, de pessoas que tinham revelações
sobre a vida e sobre a sua vocação.
O Padre Vianney transformou o lugarejo de Ars em uma
aldeia menos ateia, com mais amor a Deus do que aos prazeres terrenos. Toda
vez, antes de começar a Santa Missa, ele tocava o sino, na torre em que ele
construiu, para avisar que era hora do cristão rezar, lembrar de Deus. Ele
próprio ensinava catecismo para as crianças. João Maria era de estatura
pequena, mas de constituição robusta. Sua vida de intenso trabalho, pouca
alimentação, jejum e penitência, provocou um enfraquecimento.
Aos 73 anos de idade, na terça-feira, 02 de Agosto de
1859, João Maria Batista Vianney recebeu a Unção dos Enfermos, vindo a falecer
às duas horas do dia 04 de Agosto de 1859, morre placidamente. Quando chegou à
cidadezinha ninguém veio recebê-lo, quando morreu a cidade tinha crescido
enormemente e multidões de peregrinos o acompanharam à última morada. A Igreja,
que pela lógica humana receara fazê-lo sacerdote, curvou-se à sua santidade.
João Maria Vianney foi proclamado Venerável pelo papa Pio IX em 1872,
beatificado pelo papa São Pio X em 1905, canonizado pelo papa Pio XI em 1925, o
mesmo Papa o declarou padroeiro dos Padres em 1929. A memória litúrgica do
Santo Cura D’Ars é celebrada no dia 4 de Agosto.
Inspirados pelo testemunho deixado por São João Maria
Vianney queremos elevar a Deus as nossas preces, pela santificação de todos os
Padres do mundo inteiro, para que a exemplo do Cura D’Ars sejam autênticos pastores
que nos conduzam a Deus, e também suplicamos que o exemplo deixado por ele faça
nascer no coração dos jovens rapazes o desejo de se consagrar a Deus no
Sacerdócio. São João Maria Vianney, rogai por nós
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