As moradas do Castelo Interior de Santa Teresa D'Ávila


 

Nesse dia 15 de outubro a Santa Igreja celebra Santa Tereza D'Ávila, também conhecida como Tereza de Jesus, Doutora da Igreja e reformadora da ordem do Carmelo, nascida em Ávila, na Espanha no ano de 1515. Já desde a tenra idade aspirava as coisas espirituais, apreciava ler as histórias dos santos. Com vinte anos de idade ingressou no Convento Carmelita da Encarnacíon, em Ávila. De uma sabedoria grandiosa e inteligência formidável, Santa Tereza deixou muitas pérolas de sabedoria por escrito, dentre eles, um dos mais conhecidos intitulado "As Moradas do Csstelo Interior ou Castelo Interior", no qual ela com uma forte doutrina que dirige a alma até uma espiritualidade com Deus.

No centro do Castelo Interior, com base na espiritualidade carmelita, que são os quatro degraus da oração: o recolhimento, a quietação, a união e a elevação. Enumerando entre ele os sete degraus pelos quais a alma alcança a perfeição.

Nas primeiras moradas, a Santa fala sobre a formosura e dignidade das nossas almas, como devemos compreendê-las e a recompensa que há de receber aquele que a entende e a compreender as mercês que recebemos de Deus através da porta desse "Castelo" que é a Oração. Também, fala da feiura da alma que está em pecado mortal e sobre o seu próprio conhecimento.

Nas segundas moradas, ela fala sobre como a perseverança é importante para se chegar as últimas moradas, sobre a grande guerra que faz o demônio a alma perseverante e sobre como não errar o caminho no princípio para acertar e sobretudo dá um meio que experimentou ser muito eficaz nessa "subida".

Nas terceiras moradas, fala-nos da pouca segurança que teremos enquanto vivemos neste "vale de lágrimas", mesmo em um estado elevado de espírito e fé, sobre como devemos andar e conservar-nos com temor e fala também sobre a aridez na oração, dos momentos de secura que poderá nos sobrevir e também as provações que o Senhor aprouver mandar aqueles que estão nessas moradas.

 Nas quartas moradas, Santa Tereza trata da diferença que há entre as ternuras que há na oração e gostos, e sobre a felicidade que lhe deu a entender a diferença entre o pensamento e o entendimento e que isso é de grande proveito para aqueles que se recolhem em oração. Fala-nos também sobre a oração e o recolhimento e dos efeitos na alma daqueles que praticam a oração interior.

Nas quintas moradas, fala-nos Santa Tereza de como é a união entre Deus e a alma que reza e os efeitos dessa que ficam na alma através dessa união, fala-nos sobre como é importante também nessa união da alma com Deus o amor ao próximo. E admoesta a vigiar porque o demônio fica de sobreaviso procurando fazer voltar atrás aqueles que já começaram a trilhar esse caminho.

Nas sextas moradas trata-nos Santa Tereza que de acordo com as mercês recebidas de Deus, maior serão os trabalhos exigidos a alma, sobre a maneira sobre como Deus fala à alma, quando esta o serve, exortando a não seguir o seu próprio parecer e sobre como Deus eleva a alma em êxtase alçando um voo de espírito para assim receber as mercês de Sua Majestade Divina. Fala-nos também de como é a pena que sentem por seus pecados as almas a quem Deus faz recair os seus merecimentos, sobre o erro de não se exercitar em trazer sempre presente a humanidade de Nosso Senhor, sua sacratíssima paixão e vida e a Sua gloriosa Mãe e os seus santos. Também nos fala sobre como se comunica Deus a alma por visão intelectual, visões imaginárias e sobre como lhe dar avisos. E sobretudo, Deus dá a alma o gozar que arrebata a alma a aos desejos mais grandes e impetuosos.

 E finalmente mas sétimas moradas ela trata das grandes mercês que Deus faz às almas que chegarem a entrar nas sétimas, sobre a diferença entre alma e espírito, união espiritual e matrimônio espiritual, e sobre os grandes efeitos da oração na alma, pela qual Nosso Senhor derrana suas mercês na alma que alcança esse grau de perfeição, entrelaçando nessa união divina o desejo da união eterna e perfeita.

De Santa Tereza, diz-se, que um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo, fato este, que até os dias de hoje é comemorado no Carmelo como festa da Transverberação do coração de Santa Tereza, no dia 27 de agosto. Tinha o dom de predizer o futuro e de ler as consciências das pessoas.

Faleceu no dia 4 de outubro de 1582 com 67 anos e foi canonizada no dia 27 de setembro de 1970, pelo Papa Paulo Vl, que lhe conferiu o título de Doutora da Igreja, e sua festa é comemorada no dia 15 de outubro.

 

De Santa Tereza nos veio como um presente divino uma de suas mais belas orações:

"Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta."

Santa Tereza de Jesus, rogai por nós!

Autor: Lucas Silva.

Fontes bibliográficas: As Moradas do Castelo Interior e o site Cruz Terra Santa.



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